sábado, 16 de abril de 2011

Crime Mudo.


 É tudo tão escuro quando me vejo sozinho. A lua parece ter um brilho fosco demais para alcançar minha janela. As idéias em minha mente rodam como a velha Audi na alto-estrada que leva a lugar nenhum.
O efeito exercido sobre mim parece vir de você. As noites com o ar frio, e longas, enquanto os dias parecem alaskianos. Suas palavras agora mudas parecem uma tentativa de tirar do meu corpo a faísca de sentimento existente.
O bar cheio de velhos e suas historias me soam como algo melancólico e, em toda sua tristeza, o tom me parece como parte de mim.
O canto de sereia que me aproxima do doce mar verde tem agora os acode tão longínquos como o seu suspiro de vida. O sangue em minhas mãos cheira como culpa, mas denuncia alto um amor jamais sentindo pela velha carcaça (barbada e fedorenta) que em seus murmúrios pestanejam as palavras que agora o condenam de um crime inconsciente que jamais pensara se capacitar de praticá-lo.

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